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Friday, April 30, 2010

Papel


Deitei fora aquele papel. Rasgado, amarrotado e queimado de outras noites. Outros humores. Marquei a data no meu coração: esta noite enterrei-te e carpi-te pela última vez, tu, que sempre encontraste maneira de voltar para o meu coração.





Lembrei-me das manhãs, já cansado de projectos e coisas imaginadas, mas não eram as manhãs as predilectas. Antes, eram as noites, aquelas sob o signo da Lua, em que mais a tua lembrança ficara marcara. Pois a partir de hoje já não. As exéquias terminaram.


Amanhã não vou acordar. Antes prefiro viver no sonho de uma vida em que não conheci aquele papel, e nem o corpo que nele escrevera aquela mensagem, e assinara a sentença da minha vida. Em pausa.

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